Crime e Castigo - Dostoievski
Fiódor Mikháilovitch Dostoievski dispensa quaisquer floreios introdutórios. O gênio russo é notoriamente um ícone da literatura mundial, sendo ainda apontado por alguns estudiosos como um dos fundadores do existencialismo. Em suas obras vemos com bastante freqüência personagens que passam por situações mentais extremadas, ao mesmo tempo em que brinda os leitores com profundas exposições da psicologia humana, aproveitando ainda para apresentar os fatores sociais, políticos e econômicos da Rússia à época das narrativas.
Dostoievski é apontado por James Joyce como o homem que, mais que qualquer outro, criou a prosa moderna. Virginia Woolf já afirmou que, excetuando-se Shakespeare, a leitura do mestre russo é das mais excitantes.
As influências derramadas por Dostoievski chegam facilmente aos dias atuais, sendo curiosos exemplos deste fato os filmes “Match Point” de Woody Allen e “Nina”, filme brasileiro dirigido por Heitor Dhalia.
Nos grandes nomes da cultura da humanidade podem ser identificadas claríssimas influências de Dostoievski em Herman Hesse, Nietzsche, Marcel Proust, William Faulkner, Albert Camus, Franz Kafka, Henry Miller, Gabriel García Márquez, dentre vários outros. Sobre Nietzsche é oportuno destacar que a sua importante teoria sobre o super-homem (Übermensch) aparece de forma esboçada nos pensamentos do jovem protagonista de “Crime e Castigo”, mais especificamente na forma de um artigo científico, cujo arcabouço teórico, assim como o artigo em si, tem crucial importância na estória.
“Crime e Castigo” é um minucioso e fascinante relato das angústias vividas pelo pobre e confuso estudante Rodion Românovitch Raskólnikov. O romance é repleto de reviravoltas fabulosas e enérgicos diálogos – pontos altos da trama; tudo sempre encadeado com uma profunda imersão psicológica. Há ainda espaço para vários personagens enigmáticos e não menos interessantes que o protagonista, como, apenas para citar exemplos, Ivanovich Svidrigailov e Porfiri Petrovich.
É uma obra para ser lida e obrigatoriamente relida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário