A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua - Jorge Amado
Joaquim Soares da Cunha, oriundo de boa família, muito estimado pelos vizinhos, respeitável e “exemplar funcionário público da Mesa de Rendas Estadual”, sempre impecavelmente bem vestido e com a pasta debaixo do braço. Quincas Berro Dágua, jogador, debochado, freqüentador de botequins baratos, sem lar, sujo, barbado, “rei da gafieira”, “o cachaceiro-mor de Salvador”, “o rei dos vagabundos da Bahia”, o “patriarca da zona do baixo meretrício”.
Como aquele senhor outrora respeitável se tornou o famigerado Quincas Berro Dágua, Berrito para os mais íntimos?
É esta fantástica transmutação que nos revela Jorge Amado em uma de suas obras mais saborosas, que amalgama loucura e realidade, sonhos e fatos.
Leitura agradabilíssima, apesar de curta, e que, exatamente por isso, nos deixa com vontade de muito mais.
Na falta de mais palavras adequadas sobre esta obra, bem como na imperícia em usá-las, valho-me das poderosas considerações de Vinícius de Moraes, como bem consta na contracapa da edição da Record de “A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua” (foto acima):
(Vinícius de Moraes, em “Última Hora”, Rio, 1959)
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